terça-feira, 1 de março de 2016

Para estruturar seu projeto de pesquisa

Ah! Como é bom falar de pesquisa nessa área! Isso porque quanto mais eu conheço a educação física baseada em evidência, mais apaixonada eu fico por ver que nos encaixamos em TODAS as áreas da saúde... Vejo profissionais que atuam desde a elaboração de políticas públicas educacionais e de saúde, até aqueles que trabalham na pesquisa básica de biologia celular e molecular e isso me fascina. Resolvi fazer estes posts pra ajudar os alunos a acompanharem os conteúdos que estamos vendo na sala de aula.
De maneira geral, desde que somos crianças somos tentados no espírito de pesquisadores. Quando a gente experimenta qualquer coisa, isso é uma pesquisa. Quando a gente quer ver alguma coisa acontecer, estamos fazendo um experimento (quando a criança enfia o dedo na tomada pra ver o que tem naquele buraquinho, está experimentando! Ok! Não é um exemplo muito didático...). Então qual é a grande diferença de um CIENTISTA? Basicamente o cientista é aquele cara que faz a experiência por meio de um MÉTODO CIENTÍFICO. Todas as vezes que vamos pensar, estruturar ou mesmo somente para ler um estudo científico, é preciso sobretudo, aprender a ter um olhar CRÍTICO sobre tudo que se está lendo. Basicamente, a receita pra se entender tudo que estamos lendo está em quatro perguntinhas: 

1) Que problema foi escolhido nesta pesquisa? 
- A resposta essencialmente tem que estar no tema e na introdução do trabalho

2) Como o problema foi estudado (qual o caminho que o pesquisador seguiu pra responder a pergunta)?
- Essa resposta está nos métodos 

3) O que foi descoberto?  (essa é sempre a resposta dos objetivos do autor)
Essa resposta está nos resultados da pesquisa. 

4) Qual o significado das descobertas? (neste ponto deve-se comparar os achados da pesquisa com o de outras pesquisas.
Isso tem que essencialmente estar discutido, portanto na Discussão do trabalho. 

Mas tudo isso envolve primeiramente a delimitação do seu tema de pesquisa, e pra isso você precisa conhecer dois aspectos importantes:

1) Existe um raciocínio lógico que embase minha pergunta de pesquisa? (Faz sentido, com base nos meus conhecimentos, isso que estou apresentando?)

2) É possível comprovar meu raciocínio lógico com outras pesquisas? O que diz o referencial teórico (outras pesquisas)? 


Adoro escrever em blog, porque pra quem escreve artigo científico (metodologicamente testado, comprovado e discutido!) aqui eu posso falar abertamente! Em resumo, a coisa funciona assim: Até você publicar alguma coisa na comunidade acadêmica, você mesmo, não vai afirmar NADA do que você acha. Você não pode achar, ou provar alguma coisa com o que você observou sem testar por meio de um MÉTODO CIENTÍFICO. Portanto, bora encontrar o tema e o método do que vocês querem estudar.

Atentar-se para alguns fatos pode ajudar muito! Veja o esquema abaixo pra ajudar a "amadurecer" sua linha de pensamento. Com base nesse raciocínio, encontre a linha de pesquisa que você vai se inserir!
Nunca se esqueça que o TCC é a oportunidade que você tem de aprender sobre um tema com a supervisão constante de alguém que domina esse tema e é especialista nisso, então APROVEITE PARA APRENDER SOBRE AS SUAS PRÁTICAS PROFISSIONAIS. Use esse recurso e o tempo desprendido a seu favor.





       

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Prêmio Saúde 2015


Em Novembro de 2015 aconteceu a 10ª edição do Prêmio Saúde da Revista Saúde, da editora Abril no Instituto Tomie Ohtake, SP. Para minha enorme felicidade, nosso trabalho foi o grande vencedor deste importante prêmio.
Este trabalho sintetiza os dois principais trabalhos publicados de minha tese de doutorado, em que  trabalhamos com os efeitos do exercício sobre variáveis que parecem interferir nos processos degenerativos de idosos. O trabalho intitulado: "A influência de marcadores genéticos específicos sobre os efeitos do exercício físico na Inflamação e no neurotrofismo em idosos com comprometimento cognitivo leve" está brevemente explicado abaixo:

"O comprometimento de funções cognitivas, como a memória, está à espreita à medida que envelhecemos. Estudos já mostraram que alterações de certas proteínas do sangue estão diretamente associadas à formação, no cérebro, de placas amiloides – depósitos que causam inflamações e prejudicam os neurônios, aumentando em até quatro vezes o risco da doença de Alzheimer. Esse fator genético, e associado ao estilo de vida, pode, portanto, fomentar o processo de degeneração dos neurônios. Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista, no campus de Rio Claro, prepararam um programa de 16 semanas para medir a capacidade de exercícios físicos de alterar a concentração dessas proteínas inflamatórias na massa cinzenta de idosos. Eles foram divididos em quatro grupos, de acordo com a presença ou não de comprometimento cognitivo e levando em conta o hábito de praticarem ou não exercício físico. Após os quatro meses, as avaliações mostraram que, independentemente da presença da alteração genética, todos foram beneficiados pelos 180 minutos semanais de atividades, distribuídos em três sessões. Inclusive aqueles que já apresentavam os primeiro sinais de demência tiveram uma melhora significativa das funções. Em outras palavras, é como se o exercício ajudasse a pisar no breque nesse processo de inflamação e degeneração cerebral".
Edição de dezembro/2015 da Revista Saúde - Ed. Abril

Só gostaria de dizer que foi um prazer enorme finalizar o ano com esse reconhecimento incrível e dizer que isso só foi possível graças a equipe incrível que trabalhou junto comigo. É assim que acho que vou fazendo minha parte pra tentar colaborar integrando a pesquisa, a comunidade e a educação no Brasil. Obrigada à todos! 

Eu, minha supervisora profª Drª Marcia R. Cominetti, minha sempre parceira de pesquisa Jessica Rodrigues Pereira e o colaborador, com quem tivemos a honra de trabalhar em parceria com o Instituto de Psiquiatria da USP/SP,  prof. Dr Orestes Vicente Forlenza.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Neurociencia e Educação: um novo olhar pedagógico.




Nosso país vem apresentando, de maneira recorrente, baixos indicadores  relacionados à educação. Apesar dos esforços de nossos educadores, as mudanças nos paradigmas contemporâneos vêm exigindo novas abordagens didático-pedagógicas. Assim, melhorar a educação é uma prioridade nacional para a sociedade atual.
Neste sentido, o surgimento de novas abordagens que possam emergir do conhecimento da neurociência é necessário para aperfeiçoar o processo de desenvolvimento relacionado à aprendizagem, principalmente durante a infância.  
É preciso promover a discussão da relação entre educação e neurociência, buscando uma ponte que possa resultar numa melhor aprendizagem.
Essa abordagem busca um novo olhar sobre a educação, de modo que estas intervenções possam refletir-se na formação social de nossos cidadãos.
Ainda são poucas as evidências de pesquisa neste campo, entretanto os primeiros dias nesta história vêm apresentando um rápido progresso. Boa parte das abordagens em neurociência e educação que estão agora em uso têm apresentando resultados significativos.
É preciso criar uma proposta pautada na cooperação para que o processo de aprendizagem e o funcionamento do cérebro trabalhem coordenadamente e em sua capacidade mais alta. O resultado será de professores mais motivados e com novos conhecimentos sobre neurociência aplicados na educação, com reflexos em melhores resultados de aprendizagem.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Educação Física além da Hipertrofia.



Já tem algum tempo que eu venho pensando em escrever um texto menos informativo e mais relacionado à colocação profissional dos professores de Ed. Física. Isso tem me incomodado desde a faculdade, quando me deparei com a existência de alguns estereótipos extremamente equivocados. IMC pra contratar um professor de academia? Testes físicos pra ‘aceitar’ um personal trainer em uma equipe? E o estereótipo do ‘bombado cabeça-de-vento’? Da ‘gostosa burra’? Olhemos o outro lado: O governo quer retirar a obrigatoriedade da EF escolar a todo custo. Passamos 4 anos na faculdade, inúmeros semestres dedicados à compreensão de um processo desenvolvimentista e psicomotor. Aprendemos a importância do elemento lúdico durante o processo de ensino-aprendizagem, o papel do estímulo motor no desenvolvimento cognitivo, afetivo e intelectual e que boas intervenções psicomotoras podem auxiliar a minimizar o impacto de déficits de aprendizagem e continuam nos relegando o papel de ‘jogar bola’. Vimos que intervenções com exercício é tratamento não-farmacológico pra doenças crônicas e podem atenuar o curso de doenças degenerativas. E ainda nos julgam pela quantidade de massa muscular acumulada ao longo de sessões de 3 séries de 10. Falo como alguém que construiu o amor pela profissão dia após dia. Não entrei na faculdade de EF por ser uma exímia atleta, muito pelo contrário, não possuo aptidão alguma para atividades pré-desportivas. Tampouco me enquadro no estereótipo de ‘maromba’. Aprendi a amar o movimento pelo seu papel terapêutico e desenvolvimentista em todas as esferas da vivência humana, em todas as faixas etárias. E aí você tenta mudar essa concepção unilateral da Educação Física, mas aos poucos se depara com dificuldades dentro do seu próprio ‘nicho’. De tempos em tempos surgem ‘modinhas’, dietas e treinos novos que, frequentemente vêm acompanhados de um novo ‘ícone fitness’... E estamos em um momento que realmente me causa arrepios. Dediquei 10 anos para terminar o doutorado (entre graduação, mestrado, estágio no exterior e doutorado). Estou trabalhando com o ensino superior desde 2008. Venho tentando ostensivamente modificar essas concepções em minha sala de aula por acreditar que a EF está além da hipertrofia. De repente me deparo com expressões como “#fikagrandeporra”; “#esmagaquecresce”; ” #meuovo”... E de um profissional! Como construir uma profissão com responsabilidade e respeito? Como lutar contra um sistema que relega o papel do profissional de Educação Física e restringe sua atuação à mediocridade? Como mostrar que nossos 4 anos de estudo envolvem um processo que integra a bioquímica, genética, citologia, cinesiologia, biomecânica entre outras habilidades pra obter um resultado de hipertrofia se você resume todo o seu estudo em #esmagaquecresce? Como construir uma nova concepção de alto rendimento em discussões enriquecedoras se você diz àqueles que discordam de você #meuovo? Sinceramente, com essa concepção estamos nos distanciando cada vez mais de elevar nossa profissão ao patamar de EDUCAÇÃO física. Imagina se o seu médico usar a hashtag #saralogoporra? Em nenhuma outra profissão eu vejo tamanha falta de profissionalismo ao remeter a rotina de trabalho diária. Nenhuma... Fibrado? De onde saiu isso? Provavelmente de uma biopsia muscular que permitiu a analise miofibrilar por fotomicrografia, certo? ERRADO... Neologismo extremamente inadequado pra ser utilizado como sinônimo de ganho de massa associado a perda de gordura corporal. Não faz sentido! Enfim, em meu papel de educadora (e não de marombeira) me sinto na obrigação de dizer aos meus alunos que é preciso fazer-se respeitar para lograr uma posição de destaque dentro do quadro de profissionais da área da saúde. É preciso ganhar conhecimento, arrumar o vocabulário e aí sim, sair das sombras da medicina e efetivamente assumir nosso lugar junto às intervenções desenvolvimentistas, de prevenção, tratamento e também de alto rendimento. Do mais, continuo fazendo meu ‘trabalho de formiga’ dentro de uma concepção que acredita que a EF ainda não descobriu (e não mostrou pro mundo) o tamanho de seu potencial. A ideia deste texto é fomentar discussões acerca da nossa colocação profissional. Alguns irão ler e formarão novas opiniões, certamente visando melhorar nossa atuação, outros não irão ler... E tem aqueles que vão ler e ao final pensar #meuovo.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

AERÓBIO EM JEJUM X EPOC: COMO USAR O METABOLISMO ENERGÉTICO A SEU FAVOR?


Fiquei pensando se eu devia mesmo entrar na discussão do tão ‘controverso’ aeróbio em jejum e as múltiplas variáveis que envolvem essa prática, mas acredito que é uma temática muito atual e que vale a pena ser abordada. É consenso geral que onze em cada dez praticantes de atividades físicas desejam (lutam e sofrem) pra otimizar a redução do percentual de gordura, mas sem perder massa magra. Assim seria perfeito pensarmos em um treino que para priorizar o metabolismo lipídico como principal fonte para fornecer energia e ao mesmo tempo aumente a massa muscular. Isso é possível? Esse assunto é super polêmico (todo assunto que não tem um consenso estabelecido é muito complicado dizer se é certo ou errado!). Então nós vamos discutir aqui as bases fisiológicas deste tipo de abordagem (para que vocês entendam como funciona toda a nossa teoria na prática e aí cada um que tome a sua decisão). 
Como nós já vimos nas aulas de bioquímica e fisiologia, o metabolismo energético funciona na seguinte lógica: Durante as horas de sono o corpo continua trabalhando para manter as funções normalmente, mas sem se alimentar, portanto acaba utilizando as reservas de glicogênio (lembrem que quando não tem carboidrato nós precisamos lançar mão do glicogênio para o fornecimento de energia). Com a baixa reserva de glicogênio o corpo irá utilizar a gordura como fonte predominante na atividade aeróbica. Mas como vocês devem lembrar, a variável de intensidade do esforço é de suma importância para determinar o metabolismo energético que irá suprir essa demanda. Portanto se vocês forem realizar um exercício em intensidades mais altas, provavelmente irão estimular a utilização de glicogênio ao invés de gordura, e se não há reservas disponíveis de carboidrato (porque você está em jejum!!!!) seu organismo irá utilizar a segunda via energética mais fácil, que é a proteína (seus músculos!!!!!). 
A via da gliconeogênese vai buscar uma via alternativa pra reposição do glicogênio que precisa ser utilizado durante o exercício em maiores intensidades. Esta via vai degradar sua massa muscular e convertê-la em energia (aquilo que você demorou tanto pra ganhar!!!!). Portanto, para evitar o catabolismo muscular, a atividade não deve ser intensa e nem exagerar no tempo, é indicado o tempo máximo de 40 minutos e a frequência cardíaca máxima de 50% a 60%, que é uma frequência baixa para exercícios físicos. Lembrando que o AEJ tem como objetivo apenas a queima de gordura, e não a melhora do rendimento. 
Alguns nutricionistas costumam recomendar o uso de aminoácidos (como por exemplo, o BCAA) para evitar o catabolismo da massa magra. Por outro lado, pensando pela lógica da bioquímica, qualquer nutriente que fosse ingerido seria um anti-catabólico (você estaria pagando preço de proteína para que ela faça a mesma função do carboidrato e a diferença de preço é grande!!!!). O organismo continua utilizando a gordura como fonte de energia durante pelo menos 30 minutos depois do término do AEJ, então para aproveitar o máximo dessa queima, é indicado esperar esse tempo para fazer a primeira refeição. A ideia do AEJ em baixa intensidade é direcionar o gasto calórico para utilização de gorduras. Além disso, se considerarmos que pela manhã os níveis de GH estão mais altos, favorecendo a ação lipolítica. O cortisol também está alto nesse momento, o que favorece o catabolismo (CATABOLISMO NÃAAAAAAAO). Muita gente ouve a palavra CORTISOL e só consegue pensar no catabolismo de músculos. Nós queremos o catabolismo de gordura, mas vamos usar a baixa intensidade do exercício para minimizar o impacto catabólico sobre a massa muscular. Alguns especialistas são contra a prática do AEJ por ressaltarem a necessidade de que haja glicose para iniciar o ciclo de Krebs e, posteriormente estimular o uso da gordura nesta via, após a beta-oxidação. Em outras palavras: Você precisa da glicose (carboidrato) pra perder gordura! O glicogênio armazenado pode ser usado pra iniciar o funcionamento do ciclo de Krebs e posteriormente estimular a queima de gordura. Por isso, se você estiver fazendo aquela dieta onde não há ingestão de nenhum tipo de carboidrato, ao finalizar seus estoques de glicogênio (alguns dias sem consumir carboidratos), será preciso iniciar o catabolismo proteico, o que significa que você vai perder massa magra! O AEJ é realizado em baixa intensidade, portanto o gasto calórico é relativamente baixo. Em contrapartida, as calorias consumidas foram predominantemente decorrentes da queima da gordura corporal. Então é preciso avaliar a relação custo/benefício deste tipo de estímulo. Além disso, esses achados ainda são controversos!
Por outro lado, quando realizamos exercícios físicos de alta intensidade, acompanhado da ingestão de quantidades adequadas de carboidratos, a taxa metabólica permanece elevada, comparado aos valores de repouso, para que o organismo retorne ao seu estado de equilíbrio. Este efeito é chamado de EPOC (excesso de oxigênio consumido pós-exercício) e caracteriza-se pelo aumento no consumo de oxigênio após o fim da atividade realizada (para reestabelecer o equilíbrio das suas funções vitais). O consumo de oxigênio guarda relação direta com o gasto energético (Gaesser & Brooks, 1984). O EPOC aumenta linearmente com a duração do exercício e quanto mais intenso for o exercício, maior será a magnitude do efeito EPOC. Em outras palavras, ao realizar um exercício em intensidades mais altas e por mais tempo (recomendação contrária ao AEJ) você está aumentando o gasto calórico pós-exercício e por mais tempo (Gore & Withers, 1990)! Isso ocorre porque quanto maior for o estresse metabólico, maior será a resposta metabólica para garantir que o organismo retornará a condição de homeostase (Thorton & Potteige, 2002). Existe aumento de 20 a 35% na lipólise após o exercício (Trost et al., 1997). Contudo, a taxa de oxidação de lipídios ainda é maior após exercício de alta intensidade, uma vez que a síntese de glicogênio é aumentada para repor o glicogênio utilizado. No caso de exercícios moderados a resposta é menos intensa e por um período mais curto. Um estudo realizado por Bahr & Sejersted (1985) (credo, tem quase a minha idade!) comparou o efeito EPOC em indivíduos submetidos ao jejum (7 horas) e alimentados (este artigo é do Journal of Applied Physiology e é pago, mas quem quiser na íntegra é só me pedir que eu envio). Todos realizaram exercício a 75% do VO2máx durante 80 minutos. Esses autores verificaram que o efeito EPOC foi prolongado e significativo tanto para quem se alimentou, quanto para quem estava em jejum. Entretanto, não podemos esquecer que para o indivíduo que exercitou-se em jejum, o substrato energético utilizado para a reposição dos estoques de glicogênio em exercícios prolongados e de intensidade moderada pode estimular o catabolismo proteico (e você perde massa magra!
Além disso, é preciso entender que perda de peso não é só a redução da massa corporal e sim o balanço entre perda de gordura/ganho de massa magra, portanto é preciso combinar treinamentos que estimulem os ganhos de massa muscular. Este tipo de balanço positivo também provoca o aumento do metabolismo basal (pessoas com mais músculos gastam mais calorias em repouso!)
 Em resumo: Existe uma lógica para fazer o AEJ. Se é bom? Se você pode recomendar? Isso só você pode determinar, porque você com certeza terá avaliado e analisado o seu aluno (porque você foi meu aluno e sabe que é proibido fazer receita de bolo, e vai levar em conta o princípio da individualidade biológica). Sabe que indivíduos que podem exercitar-se em intensidades mais altas podem beneficiar-se do efeito EPOC sem precisar do AEJ. Também é preciso avaliar se, tanto exercícios submáximos como os indicados para o efeito EPOC mais significativo, quanto o AEJ são confortáveis e oferecem segurança ao seu aluno/cliente. De toda maneira, a OMS e o American College of Sports Medicine (ACSM), recomendam que toda população se engaje em uma rotina regular de exercícios que englobe 20 a 60 minutos de exercícios aeróbios de 3 a 5 dias por semana, juntamente com um treinamento de resistência com freqüência de 2 a 3 vezes por semana.